2.6.08

A gaiola… ir a casa e voltar! De Quarta (02/07) a Sábado (05/07), ao longo da noite...



"6.00. Pequeno-almoço apressado. Carro fechado numa fila interminável, ainda fermentado pela flautulência provinda do stress da tarde interior, numa semelhante fila. Lá fora o ar (também) está poluído.
Escritório. Um cubículo. Rezemos, ateiadamente, para que não se apanhe
uma virose ou qualquer doença legionária (curiosa forma de luta,
encerrado numa caixa claustrofóbica).
Almoço: rápido, ao balcão, gorduroso: o mais barato possível. Óbvio!
Fim de tarde e regresso a casa. No mesmo carro, (ainda) noutra fila
também interminável.
Jantar. Televisão. Sonhar. Já temos o pão (caro) e a educação
(medíocre), basta-nos a televisão. Ão ão, como um cão, acordeirado,
acobardado, abatido...
Sonhar... Num cubículo. Noutro. Como a gaiola. Como uma gaiola de
pássaros... Resta-lhes a alpista e a visão além-grades. Ou do peixe, em
aquário oval... sempre à roda... Não vê a sombra reflectida na parede da
gruta, mas o reflexo no espelho, no vidro, da visão distorcida...
22.30 Dormir com o ruído branco (de ausência e vazio) das novelas e das vendas a preencher a sala...
6.00. Sem conseguir desligar o despertador... e a consciência torna-se pesada (novamente). Apressa-se a tomar o pequeno-alomoço e procura a chave do carro. Olha a casa como uma saudade nostálgica... Antevê a rua,o seu campo de batalha, o fumo da sobrevivência"

projecto de pesquisa criativa CorpoCriações

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