31.1.08

Sexta 1 de Fevereiro (donativo: €1)



"(...) Mr. Dorian, que também será um filho da revolução, no sentido de ter nascido em democracia (e deitamo-nos a adivinhar), foi buscar o seu nome artístico a uma das obras maiores de Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray. Em que um jovem aristocrata se defronta com as questões da moralidade e do hedonismo, em si próprio e na sociedade vigente, perante a inevitabilidade do tempo que passa. O que pensará ele desses outros tempos de revolução, como passou o tempo da revolução por ele? Mr. Dorian pinta as suas noites em rock, mesmo em rock; o que conversaria com o jazz e a chanson sobre tempo? (...)"

"Mr. Dorian não há-de ser Gray; deduzi-mo-lo por nos chegar de Lisboa. Mas será jovem. No seu myspace assume frontalmente que a sua influência é a MTV2, como desfia, página abaixo, um longo rosário de capas de álbums. De Our Love to Admire, dos Interpol; até Whatever People Say I Am, that’s What I’m Not, dos Artic Monkeys. Todos de variado e, esmagadoramente, bom rock e com as tais velhas escolas pelo meio (o que quer isso possa ser; mas de que ficam aqui os exemplos de Pixies, The Fall ou The Jesus and Mary Chain).

Concerteza que Mr. Dorian saberá, até pelo nome que escolheu para si, que o rock já é um homem envelhecido. Que mesmo o rock mais novo e sinuoso e vital e feroz tem marcas de velhice à nascença. E é precisamente este o sortilégio do senhor Dorian: o de, no retrato que traça do rock, sulcar esses vincos como novos. O que, se calhar, é o que eles também são."

http://www.myspace.com/doriangray70

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